23/08/2017 às 10:01

O casamento da fotógrafa

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5min de leitura

Há muito tempo pensávamos em ter um blog para compartilhar nossas vivências no mundo da fotografia. Não somente com dicas e tal, mas com as impressões e experiências de quem está por trás do mundo dos eventos. Esse é o primeiro post de inúmeros que estão por vir. Começo por aqui com o meu próprio casamento.

Sou fotógrafa de casamento há sete anos. Comecei sem imaginar o que era casamento e no que estava me metendo, mas na primeira entrada da noiva (eu me lembro exatamente do momento, da noiva, do dia!) eu me derreti e pensei : “ é o que quero pra mim” . Nesse caso pensei na fotografia. O tempo foi passando, fui me apaixonando pelas histórias dos nossos noivos, admirada pelo esforço que muitos faziam para que aquele dia acontecesse do jeito que sonhavam e comecei a me imaginar naquela situação. Sempre acreditei que a empatia permite que tornemos as coisas mais verdadeiras.

Encontrei-me completamente envolvida com casamentos. Salvava modelos de vestidos, convites e fotos, só faltava o principal, o noivo. Conheci o Vini um ano e meio depois que comecei a fotografar e nossa história é daquelas simples e verdadeira. Não tivemos momentos dramáticos ou sofridos e sempre estivemos em uma sintonia única. Depois de alguns anos fomos morar juntos, engravidei e casamos no civil. Assim mesmo, uma coisa atrás da outra. Um dia do nada, virei pra ele e disse que queria casar na igreja. Faz dez meses que disse isso.

Os preparativos.

Estar sempre em casamentos de todas as formas e estilos fazem nosso gosto nunca conversar com nosso bolso. Eu queria muitas coisas diferentes e personalizadas e ao longo dos preparativos precisei escolher prioridades. Primeira coisa casar durante o dia. A luz do dia para nós fotógrafos é muito linda e as fotos, sem dúvida alguma, ficam mais bonitas. Segundo passo quem iria fotografar (perdi a conta de quantas vezes ouvi essa pergunta). Esse era um problema pois somos uma empresa familiar onde minha irmã e meu cunhado fotografam e eles eram convidados do casamento. O jeito era trazer alguém de fora. Foi o que fiz, organizei um workshop de um fotógrafo amigo na semana do casamento e pedi que ficasse um dia a mais para fotografar para mim juntamente com uma fotógrafa amiga. Pronto. Pronto? De jeito nenhum, tinha 9 meses para pensar em vestido, comida, música, local.

Nos três primeiros meses só fiquei planejando, pensando em fazer isso ou aquilo e só coloquei a mão na massa depois do carnaval (detalhe ia casar em julho). Foi corrido, foi cansativo, foi apertado e até o último instante achei que não fosse dar conta. Como estava economizando, resolvi tudo por mim mesma e não contratei assessoria (não recomendo jamais que façam isso!). Claro que como fotógrafa já sabia tudo que era necessário, mas como noiva era minha primeira vez e conciliar a vida, os preparativos e minha carreira, realmente foi complicado. Via-me cobrando por tempo com minha filha, mais dedicação no trabalho, tempo para meus livros e séries e por nove meses tudo isso ficou meio confuso para mim. Não tive reclamação da minha filha nem dos meus clientes, mas definitivamente o meu eu sentia falta de um tempo para mim.

O casamento.

Um mês. Convites para entregar. Quinze dias. Ensaio de namoro. Uma semana. Pegar o vestido. O tempo não esteve ao meu favor e voou. Eu não dormia (nem com remédio), sentia uma ansiedade homérica e um medo absurdo de dar tudo errado ou ninguém ir (meu maior medo). Aí chegou a véspera. Fui para o sítio escolhido (Cantinho da Natureza), lugar lindo com um por do sol maravilhoso e servia perfeitamente para meus propósitos em ter um casamento ao ar livre. Fiquei a véspera do meu casamento o dia todo no sítio preparando detalhes junto com meus amigos (já já falo deles). O dia passou voando e quando fui deitar com minha filha (deixei o Vini no sítio tomando conta das coisas e tentando seguir alguma tradição né?). Esses nove meses pesaram como nunca. No dia seguinte ia ser o resultado de muita dedicação e médio planejamento (se tivesse assessoria ...)

Chegou o dia e aconteceu como imaginei. Fui cedinho pra Leo, cabeleireira grande amiga minha e ela ficou no meu pé até a hora que saí para casar me pedindo para relaxar, ensinando a respirar, escondendo meu celular (gente o bolo ainda não tinha chegado!), me deixando muito mais linda do que imaginava que poderia ficar.

Coloquei meu vestido e sapato do Ateliê Bruna Bittar, passei perfume e fui de carro antigo do Marquito com minhas irmãs e a Valentina (minha filha) para casar. Eu só me acalmei quando entrei na igreja. Quando olhei para o Vini lindo no altar, meio tímido, meio emocionado e completamente nervoso. Nosso casamento foi leve, descontraído e muito engraçado. O padre Ilton estava super inspirado e falou lindamente sobre o tempo das coisas. O ponto alto foi o Vini dizer seus votos, morri de chorar (depois fiquei sabendo que os convidados estavam se emocionando também) com sua declaração completamente honesta e algo sobre realizar meus sonhos. Ali valeu cada noite mal dormida, cada dia que pensei que não ia dar certo pois mesmo que tivesse algo que não desse certo nós dois somos o mais importante do casamento e assim foi.

Os amigos.

Não tive assessoria infelizmente, mas tive amigos ou anjos da guarda. Meus amigos me ajudaram em tudo, fazer decoração, ajudar a pagar o buffet, a escolher as músicas e cada fornecedor do casamento. Todos estiveram comigo em todos os momentos e quando eu ouvia: “nossa seu casamento ficou foda!”, eu logo falava:  “foi tudo por causa de vocês”. Não coloquei o nome de nenhum pois são muitos e cada um sabe da sua contribuição para nosso grande dia!

No meu casamento estiveram presentes as pessoas mais importantes da nossa vida. Fazer lista de convidados é realmente uma tarefa complicada mas procurei priorizar minha família e meus amigos. É claro que algumas pessoas que eu gostaria demais que fossem não puderam ir ou não consegui chamar por ter um orçamento limitado, mas das que foram não tinha nenhuma que fosse menos importante. Curti cada minuto, procurei não beber para poder aproveitar até o final e comi todos os docinhos maravilhosos e salgadinhos que escolhi a dedo. Tinha muito receio de não lembrar de nada. Sempre ouço minhas noivas falando que não se lembram do casamento e que passa rápido demais e disse para mim mesma que ia lembrar. E lembrei. Escolhi não sair tirando fotos demais e apenas viver aquele momento (tanto que tenho fotos apenas com os quiseram tirar foto comigo) e aproveitei cada minuto e cada pessoa presente. Hoje escolhendo algumas fotos para postar vejo que tudo aconteceu exatamente como tinha que acontecer. Os momentos de preparação, a ansiedade, as coisas que deram certo e errado, a insônia, tudo. Hoje não troco as memórias por nada desse planeta e termino esse post mencionando Leone: “ e o que vai ficar na fotografia, são os laços invisíveis que haviam”

Agradecimentos:

Fotografia: Jéssica Carvalho e Henrique Ribas

Filme: Camila Sottani e Victor Hugo

Buffet e decoração: Requinte

Cabelo e make: Maria Leopoldina Salão

Vestido e sapato: Ateliê Bruna Bittar

Voilette: Áurea noivas

Móveis: GF Móveis

Música: Essência

Bolo: Vera Bolos Artísticos

Doces: Marília, Simone Dias, Letícia, Felipe Louvera, Daju

Cerveja: Empório Del Rei

Bar de drinks: Requinte

DJ: Vinicius

Padre: Ilton

Carro antigo: Marquito

23 Ago 2017

O casamento da fotógrafa

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